Existe uma voz que percorre por entre corredores apertados e húmidos.
Sente-se o cheiro a mofo a entrar nas narinas, embaladas pela luz
fosca e intermitente de dúvidas e receios de querer saber.
Há um eco que voa por ouvidos incrédulos que desmaiam sem palavras
como se as palavras matassem e o medo assustasse.
Parece uma brisa que entra pela janela e não olha para trás,
que apaga a vela e acende o sol que reflecte a sua face contente e quente.
É um calor que acorda almas e gente, é um raio eléctrico que arrepia
e abre os olhos remelosos de quem á muito não vê.
No entanto, há muitos que se espantam de queixo caído
e de olhar assombrado como se a verdade mordesse.
Esses muitos incrédulos não acreditam na simplicidade do momento
que trouxe o vento sussurrando baixinho.
-venho nos braços do mar e abraço o areal, com a minha espuma,
com a minha alma, com o meu saber.
E assim nasceu a esperança de quem alguém que alcança e a faz ver.
Libertino Liberto