Simplesmente...


Existe uma voz que percorre por entre corredores apertados e húmidos.

Sente-se o cheiro a mofo a entrar nas narinas, embaladas pela luz

fosca e intermitente de dúvidas e receios de querer saber.

Há um eco que voa por ouvidos incrédulos que desmaiam sem palavras

como se as palavras matassem e o medo assustasse.

Parece uma brisa que entra pela janela e não olha para trás,

que apaga a vela e acende o sol que reflecte a sua face contente e quente.

É um calor que acorda almas e gente, é um raio eléctrico que arrepia

e abre os olhos remelosos de quem á muito não vê.

No entanto, há muitos que se espantam de queixo caído

e de olhar assombrado como se a verdade mordesse.

Esses muitos incrédulos não acreditam na simplicidade do momento

que trouxe o vento sussurrando baixinho.

-venho nos braços do mar e abraço o areal, com a minha espuma,

com a minha alma, com o meu saber.

E assim nasceu a esperança de quem alguém que alcança e a faz ver.


Libertino Liberto

(Poeta e filosofo nas horas vagas)