Começo por avisar as mentes mais susceptíveis e sensíveis que este post está a ser produzido durante a Gala dos Ídolos, tributo à música portuguesa...
Além de músico, rocker indie ou outro qualquer adjectivo, sou português e nos serões de domingo papo qualquer coisa frente à televisão (só em chocolates já vou em 3 ou 4...)
Acabei de ouvir a Carolina, possivelmente a próxima a ser expulsa desta "nova geração de cantores" e não pude deixar de sentir o paralelismo que existe com a nossa realidade.
Passando a explicar, esta concorrente, apresentou um tema fantástico dos Boitezuleika "Cão muito mau", que é uma banda que conseguiu ter um álbum e este single de relativo sucesso.
Conheço muito bem este álbum e ouviu-o durante muito tempo. Fiquei contente por ver uma participante de um programa destes, achar que é importante divulgar a nova música portuguesa e não bater sempre nas mesmas teclas. Como ela própria disse: o tema é música portuguesa.
Estes programas valem pelo que valem, mas são eles que (in)felizmente ajudam a moldar as mentes da sociedade.
Quando oiço críticas de que deveria ter-se apoiado em temas mais conhecidos e esta não é conhecida por 99,9% da população portuguesa, afino, porque se existe argumento que me irrita é que se não é conhecido é porque não presta.
Se uma banda boa escapa à maioria dos ouvidos portugueses é porque alguma coisa não está a funcionar bem, se mais do que uma geração de bandas não está a chegar aos ouvidos portugueses é porque algo está realmente mal em Portugal.
Mas que raio? Estamos tão formatados ao que já conhecemos que não podemos dar espaço a mais nada? Será que não vale a pena dar tempo de antena e margem de progressão a estas novas bandas, projectos, etc?
Portugal não é um país grande, é verdade, mas pior que as dimensões de um país são as dimensões das mentes que nele habitam.
Aqui fica o meu voto para 2010: este ano está a começar e o MAR promete mandar muitas ondas para rebentar com estas barragens!