Penhascoso, 19 de Outubro de 2008
Querido diário, hoje acordei com uma sensação de alivio que só me aparece quando algo especial vai acontecer, levantei-me da cama fui a janela do meu quarto e lembrei me que hoje é um dia especial, olhei para a rua e sorri. Há já uma semana que vejo por todo o lado cartazes alusivos a 3ª edição do Penhas Rock estão por todo lado desde Penhascoso até Mação e até acho que vi uns poucos em Abrantes, reparei desde logo que havia algo diferente no cartaz algo chamado Circus MAR, claro que pensei que o pessoal aqui da organização tivesse arranjado alguns leões e uns palhaços para o festival, claro que a probabilidade disso acontecer era muito baixa, mas acho que foi esta curiosidade que despoletou a curiosidade de tanta gente.
A medida que as horas iam passando o meu coração ia batendo mais forte, desejosa de chegar a hora, na rua já se via montes de gente a caminhar em direcção ao recinto, vesti-me e lá fui também rumo ao pavilhão. Mal sai de casa de parei-me com um primo meu que já não via desde o natal passado e que me explicou prontamente sobre o que era o MAR, O rapaz está bem informado ta a estudar Ciências Politicas em Lisboa e esta sempre a par das novidades no mundo da música.
O pavilhão estava um espectáculo nunca o tinha visto assim, cheio de cartazes todos catitas com alusão ao Circus Mar, tinha duas bancas de venda de material das bandas, etc.
Estava tudo muito bem-disposto eu própria o estava, tinha estado a ver na internet as bandas que iam actuar e eram todas muito boas.
A primeira banda a subir ao palco foram os A´Project, onde para minha surpresa faziam parte dois rapazes que andaram comigo na escola primária em Mação, e fiquei surpresa foram muito bons até tocaram uma musica dos Joy Division que eu adoro, eles tocavam músicas dos outros mas fizeram-no tão bem que parecia que as musicas eram deles. A segunda banda era de Lisboa, chamavam-se Moose Tank, até trouxeram um autocarro cheio de gente, tinham uma rapariga baixinha a cantar com uma voz linda, adorei a voz dela até meu deu ainda mais vontade de fazer a minha própria banda, já há muito tempo que o quero fazer mas se calhar é desta. Mas não foi só da voz dela que gostei, gostei de tudo, eles eram muito bons e muito certinhos.
Depois destas duas bandas fui ao bar beber uma Coca-Cola e aproveitei e comprei uma t-shirt dos Moose Tank, e um Pin giríssimo do MAR. E de repente….Musica de circo?
Fartei me de rir com o inicio do Circus, entrou um apresentador com uma cartola enorme, um rapaz novo, meu vizinho, adorei, ate se safou bastante bem, foi para o palco e apresentou o Circus e a primeira banda que se chamava Aestranha, um nome estranho pensei para mim, mas depressa me apercebi após os primeiros acordes que de estranho só o nome, guitarradas fortes que me levaram a navegar e o vocalista era lindo, tinha uma enorme presença em palco e uma linda voz, será que namora? Foram muito bons a noite ia mesmo valer a pena e pelo que vi em meu redor toda a gente estava a gostar. A segunda banda já eram meus conhecidos eram os Blábláblá, são de Esposende, já os tinha visto a tocarem lá numa ocasião que fui visitar uma tia minha. Adorei o facto deles terem vindo a Penhascoso, são uma banda muito muito boa, talvez a minha preferida da noite, grandes guitarradas todos muito bons a tocar e a voz daquele vocalista arrepia…Adorei.
Mas de quem eu estava desejosa de ver e pela quinta vez, foram os meus amigos ALF, adoro estes gajos as músicas não me saem dos ouvidos e não me canso nunca de os ver, são apenas dois elementos que por acaso são irmãos mas fazem muito boa música, deram uma bela prestação, adoro quando o vocalista se aproxima daquele aparelho em forma de antena adoro o som daquilo, sei lá.
Acabaram os concertos, mas o bom ambiente continuou, ainda vi o tal apresentador a cuspir fogo no palco, e mais outro rapaz que também se aventurou a cuspir, ainda conheci pessoalmente o vocalista da estranha, que para meu mal era casado, conheci uma serie de pessoas novas, eram todos muito porreiros e bem-dispostos aprendi um pouco melhor sobre o que era o Mar, enfim foi maravilhoso.
Não trocava a minha terra por nada, isto é lindo, é puro, mas como muitas outras aldeias que se escondem no nosso país existem lacunas, buracos culturais onde certas coisas demoram a aparecer ou nem sequer aparecem.......
Inácia inácia
(O meu lado de pita)